terça-feira, 30 de março de 2010

"Procuro um esconderijo"


Procuro a Solidão Como o ar procura o chão. Como a chuva só desmancha, pensamento sem razão. Procuro esconderijo encontro um novo abrigo como a arte do seu jeito, e tudo faz sentido. Calma pra contar nos dedos, Beijo, pra ficar aqui. Teto, para desabar... Você, para construir.

Ana Canãs

segunda-feira, 29 de março de 2010


"Eu quero uma casa no campo,
onde eu possa ficar no tamanho da paz
e tenha somente a certeza dos limites do corpo e nada mais."

Elis Regina

Eu ouço o lixo do futuro, do presente que tritura..


"You might be a big fish
In a little pond
Doesn't mean you've won
Cause along may come
A bigger one"

Coldplay

domingo, 28 de março de 2010

"Seek the roses along the way, just beware of the thorns..." Scorpions



"Distrair, essa seria a palavra. Ler livros, ver filmes, ficar mais com a família, encontrar com os amigos, rir um pouco, enfiar a cabeça nos estudos, ficar além do tempo no estágio e todos os dias, só pra não ter que ir pra casa. Essa sim era uma solução.
Distração, distração, distração. Evitar pensar no que te deixa triste, novamente fugir."

sábado, 27 de março de 2010

"Foi quando eu te falei..."


Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantamas da minha voz.

Vanessa Da Mata

tudo me atinge


vejo demais, ouço demais, tudo exige demais de mim.

Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de março de 2010

"O pouco que sobrou"


Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim por onde eu devo ir?

A vida vai seguir,
Ninguém vai reparar
Aqui nesse lugar eu acho que acabou,
Mas vou cantar
Pra não cair fingindo ser
Alguém que vive assim
De bem
Eu não sei por onde fui
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar o pouco que sobrou
Eu tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um nó

E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou.

domingo, 21 de março de 2010



Eu vejo, eu sinto.
Eu concordo, eu mudo,
eu resmungo, eu desisto.

Eu luto, eu retomo,
eu liberto, eu confundo,
eu concedo, eu mereço, eu recebo.

Eu xingo, eu mando,
eu confundo, eu irrito.
Eu grito.

Eu abomino, eu odeio,
eu amo, eu detesto!

Eu pisoteio, eu atiro.

Eu não jogo.
Mas eu me resulto.

Coitado do menino.

Porra, Maurício!
Não seja cruel, cara.



Programa de domingão melhor que esse não tem: Cine, no programa da Eliana.
Preciso de um arco-íris, por favor.

sábado, 20 de março de 2010

E eles têm razão quando vêm dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo.


Eu sou por natureza uma espécie de eremita. Eu sou aquela aparafusadeira sem fio que precisa ser carregada durante vinte horas para poder ser usada durante dez minutos. Eu preciso de muito tempo de manutenção. Eu sonho acordado; sou assim desde garoto. Minha mente vagueia, brinca e muda de assunto. Eu invento personagens e escrevo histórias; finjo que sou um astro do rock, finjo que sou um poeta lendário, finjo que sou um líder revolucionário, finjo que sou um cientista maluco, finjo que sou um astronauta. A minha mente não tem limites e minha vida é semelhante a um grande livro que contém histórias diversas, embora a maior parte de suas páginas estejam – ainda – em branco. E, portanto, para quem souber lidar comigo, minha vida é um livro aberto, com uma pena indicando a página em que a história deve continuar a ser escrita, com tinta ao lado pronta para ser utilizada.

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Eu me tornei o que sou hoje aos doze anos,

em um dia nublado e gélido do inverno de 1975. Lembro do momento exato em que isso aconteceu, quando estava agachado por detrás de uma parede de barro parcialmente desmoronada, espiando o beco que ficava perto do riacho congelado. Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar(...)"

O Caçador De Pipas

domingo, 14 de março de 2010

Tudo bem, me precipitei.


Ando armada.
Mas não vou soltar tiros.
Não quero.


A normatividade se distribui em tantos.
Por quê não a mim?
Serei acompanhável, apresentável, afável, amável.

Apenas após retirar essas cordas de mim e parar de simplismente passar pedras em rochas.
E é difícil.

"Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha á mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar."


"...Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo..."

Caio Fernando de Abreu

Uma última nota de sua narradora



" ... tive vontade de perguntar , como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes.Nenhuma dessas coisas , porém , saiu de minha boca.Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.

Os seres humanos me assombram."

quinta-feira, 11 de março de 2010

"Não mereces o afago, nem de Deus nem do Diabo, quanto mais da mão que um dia eu dei pra ti."


Em todo caso, deseje o mal de volta pra pessoa. Não por vingança. Só pra ver se ela é forte como você.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pra ver se cola.

Solidão: palavra cavada no coração resignado e mudo, no compasso da desilusão.

Danço eu.
Dança você?

terça-feira, 9 de março de 2010

"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu?" Chico Buarque


A minha vontade é forte,
mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 7 de março de 2010

"Numa terra de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo." T. S. Eliot


Derrubei todas as minhas paredes pra dar lugar a mais janelas.
Quero que meus olhos alcancem além do que há aqui.

É muita luz pra pouco cômodo.
E eu sofro com o (in)comodo
Desse espaço que faz falta em mim!

Fernanda Gaona

quarta-feira, 3 de março de 2010

" É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar." Clarice Lispector


"Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. (...) Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. "

Lya Luft

"Lembra o tempo que você sentia, e sentir era a forma mais sábia de saber, e você nem sabia?" Alice Ruiz



“Que bom é suar na tarde e gritar:
mãe, cê tá aí, mãe?”

Adélia Prado

"... se foi tão destraído, que nem me avisou."


"Eu queria que não fosse assim, que não tivesse sido assim. Mas não consegui evitar. A semente recusava-se a vir à tona, eu nem sempre tinha tempo ou vontade de regá-la, e não chovia mais – foi isso que aconteceu."

"Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo. Mas me enfrento todo dia." M. Fernandes


“Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
(...)
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?"

Adélia Prado