sábado, 20 de março de 2010

E eles têm razão quando vêm dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo.


Eu sou por natureza uma espécie de eremita. Eu sou aquela aparafusadeira sem fio que precisa ser carregada durante vinte horas para poder ser usada durante dez minutos. Eu preciso de muito tempo de manutenção. Eu sonho acordado; sou assim desde garoto. Minha mente vagueia, brinca e muda de assunto. Eu invento personagens e escrevo histórias; finjo que sou um astro do rock, finjo que sou um poeta lendário, finjo que sou um líder revolucionário, finjo que sou um cientista maluco, finjo que sou um astronauta. A minha mente não tem limites e minha vida é semelhante a um grande livro que contém histórias diversas, embora a maior parte de suas páginas estejam – ainda – em branco. E, portanto, para quem souber lidar comigo, minha vida é um livro aberto, com uma pena indicando a página em que a história deve continuar a ser escrita, com tinta ao lado pronta para ser utilizada.