sábado, 14 de agosto de 2010

Não tenho muito o que dizer sobre ela.
As únicas palavras que conseguem sair do papel, é que, ela, uma moça cansada, incompreensiva e masoquista. Vê as poucas pessoas como um enxame de abelhas desesperadas (a toa) porque alguém inconsequente e vulnerável ameaçou as tocar.
Depois da ameaça, só vieram as picadas. Os ferimentos. A raiva. A cequeira. E algo ardente. Muito ardente. Porém, um ardo que, ardia muito mais em quem picava.
A moça via coisas, que só essas coisas, ela compreenderia.Sua mente, se transformara em uma abelha, que tinha quebrado sua pequena asa e por dentro sentia-se tão impotente quanto um passarinho sem asa.
Enquanto reposição alguma chegava, sua rotina era a mesma. E isso dóia. Via todos os dias várias abelhas rainhas (ou que fingiam ser), e pensava que, seria bom, por um lado, ser apenas uma abelha, de lado; sem saber pra onde ir e como se repôr. Ver todas aquelas abelhas se juntando e resultando em vários enxames violentos, tão violentos... Ás vezes feria os olhos. Ou o coração de quem via. Só o dela. Os outros, eram os outros. Sua compreensão e razão ia até certo ponto. Uma hora ou outra hora passava dali. Mas sempre voltava.
Estaca zero.
Abelhas tentando se salvar e sendo tão violentas. - Que tipo de salvação seria essa?
Porém, sabia ela mesma que, possuia a obrigação de continuar sua rotina. Apesar de sua falta de escolha e liberdade. Possuia a obrigação de vestir-se todos os dias, acender a luz, repôr-se, e pensar no que ela terá de ser, hoje.